domingo, julho 27, 2008

II SHIAM - UNICAMP




Apresentamos um trabalho no II Seminário de Histórias e Investigações de / em Aulas de Matemática
de 24 a 26 de julho / 2008. Organização: Grupo de Sábado - FE/Unicamp.
Um encontro em que professores de matemática do ensino fundamental e médio compartilham suas experiências de formação e de sala de aula.
Parabéns ao GDS - grupo de sábado - http://grupodesabado.blogspot.com

Estatística Cotidiana: WebQuest em foco

Texto enviado por Vanessa de Paula Cintra
vanessacintra@yahoo.com.br


Gostaria de compartilhar com todos uma experiência que tive ao participar de um trabalho coletivo cujo objetivo foi desenvolver atividades sobre forma de projeto em busca de trabalhar na Escola de Ensino Básico da Universidade Federal de Uberlândia – Eseba, o conteúdo de estatística e apresentar a metodologia WebQuest como um recurso integrante das novas Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC).
O plano de trabalhado foi dividido em fases de forma a propiciar um melhor tratamento da estatística. Por meio de revistas e jornais disponíveis na escola, foi feito um estudo reflexivo de tabelas e gráficos presentes em diferentes temas cotidianos, que dentre eles deve-se destacar os referentes a economia mundial e educação. Após essa atividade foi formalizado o conteúdo de Estatística para então aplicar a metodologia WebQuest que visa a fazer melhor uso da rede mundial de computadores propiciando assim aos alunos acessos as TIC, informação atualizada e estreitando as diferenças sociais.
Na atividade com revistas de jornais os alunos confeccionaram cartazes que tinham diferentes tabelas e gráficos os quais foram apresentados para os colegas e expostos na escola. Durante as apresentações teve-se grandes debates sócio-econômicos, políticos sobre o Brasil e o mundo, fruto da interpretação das tabelas e gráficos.
Já com o conceitos de estatística formalizados, a aplicação da WebQuest, que possui como problema motivador a copa do mundo, foi realizada durante duas aulas no laboratório de informática, onde os alunos(as) coletaram dados na internet, organizaram e apresentaram sobre forma de gráficos com respectivas reflexões sobre a real função do futebol na sociedade.
Nossa equipe formada pelo professor Dr. Arlindo José de Souza Jr., o professor disciplina, Alex Medeiros de Carvalho, dois alunos estagiários sendo eles Fernando da Costa Barbosa e eu Vanessa de Paula Cintra, autora deste texto. Considera que o uso desses recursos possibilitou trabalhar de forma significativa os processos de ensino e aprendizagem de Matemática, satisfazendo as orientações dos PCN quanto a Estatística, que determina que sua finalidade é de fazer com que alunos(as) sejam capazes de construir procedimentos de coleta, organização e comunicação de dados.

Caracol de Pascal



Contribuição de Guilherme Henrique Gomes da Silva

Professor de matemática da Rede Estadual Paulista

estudante de mestrado em educação matemática - unesp - Rio Claro

guilherme@rc.unesp.br
gui_camisa10@yahoo.com.br



Recentemente, estou trabalhando em uma apostila para um curso de introdução ao Geogebra. Neste trabalho, procuramos desenvolver algumas atividades com conceitos que geralmente os alunos da graduação não conhecem. Uma atividade muito simples de se realizar e muito interessante é a visualização da curva denominada de Caracol de Pascal.

Essa curva foi estudada pela primeira vez pelo matemático francês Roberval que a utilizou como exemplo em um de seus escritos por volta de 1630 denominando-a limaçon de Pascal . A referência a Pascal não é a do famoso matemático Blaise Pascal, mas de seu pai Etienne Pascal que estudou e apresentou várias definições desta curva. Uma das definições do Caracol de Pascal é a seguinte:

Definição - Consideremos uma circunferência c de raio a e diâmetro MN. Consideremos um ponto Q sobre c e a reta q definida por M e Q. Seja dado um número k<2a e marquemos sobre q dois pontos P e , distando k do ponto Q. Se imaginarmos o ponto Q a deslocar-se sobre c, o lugar geométrico dos pontos P e é o caracol de Pascal.

Observe a curva construída utilizando o software Geogebra. Como este é um software de Geometria Dinâmica, é possível arrastar o ponto Q por toda a circunferência, sem que a figura perca suas características iniciais.


Etapas da construção:

1 – Construa um segmento AB e nomeio de a (será o raio da circunferência).

2 – Utilize a ferramenta “Circunferência dados centro e raio” e faça a circunferência com centro O e raio a.

3 – Marque um ponto M sobre a circunferência e construa a reta que passa por O e M. Feito isso, marque o outro ponto de intersecção desta reta com a circunferência e chame-o de N. Feito isso, esconda essa reta.

4- Crie o segmento MN e marque um ponto E sobre ele. Esconda o segmento MN e faça o segmento ME, nomeando-o de k (perceba que k é igual a, no máximo, 2a, onde a é o raio da circunferência)

6 – Marque um ponto qualquer sobre a circunferência e chame-o de Q.

7 – Construa a reta que passa por M e Q.

8 – Utilize a ferramenta “Circunferência dados centro e raio” e construa a circunferência com centro em Q e raio igual a k.

9 – Utilize a ferramenta “Intersecção de dois objetos” e marque os pontos P e P’, que são a intersecção desta ultima circunferência construída com a reta que passa por M e Q. Feito isso, esconda essa circunferência.

10 – Habilite a opção “Habilitar Rastro” nos pontos P e P´ e arraste Q sobre a circunferência. Se preferir, utilize a ferramenta “Lugar Geométrico” que terá o mesmo resultado.

Perceba que é possível alterar o tamanho da circunferência modificando o segmento AB e também modificar o tamanho da curva alterando o segmento ME (k).

sexta-feira, julho 04, 2008

Sobre a escola

Ouvi um comentário da Lucia Hipolito na CBN hoje, 04 de julho, intitulado

A escola salva vidas

visitem o blog da Lucia para ler o comentário na íntegra.


www.blogdalucia.com.br

quarta-feira, julho 02, 2008

“Bias” nas teorias da aprendizagem?

By Ole Skovsmose



Eu quero descrever algumas fotos do livro O berço da desigualdade feito por Sebastião Salgado. As fotos demonstram situações diferentes na escola, e condições diferentes para aprender. Veremos fotos de jovens refugiados do sul do Sudão em Quênia sentados na sombra de grandes árvores. A sombra da árvore representa uma sala de aula. Um camelo caminha ao redor da sala de aula. Veremos uma foto de estudantes do Kurdistão no Iraque que levam lenha para o aquecimento da sala de aula. Nós veremos estudantes do Afeganistão muito concentrados quando o professor explica sobre cuidados com bombas e minas. Nós veremos sala de aula escura e sinistra, vazia de equipamento educacional, mas cheia de alunos. Essas fotos ilustram condições para aprendizagem.

Teorias sobre aprendizagem assumem algumas condições para aprendizagem. Quando estudamos as descrições da sala de aula publicadas em revistas de pesquisa em educação matemática, essas transcrições muitos vezes representam uma perspectiva particular sobre as situações de aprendizagem. Nessas descrições normalmente não existe muito barulho. Os estudantes têm livros didáticos. Existe um computador, se necessário. Os estudantes não têm fome. Não existe um camelo ao redor da sala de aula. Essas situações eu chamo de sala de aula prototípica: são prototípicas na a pesquisa paradigmática na educação matemática.

Mas a sala de aula que é prototípica na pesquisa da educação matemática, não é prototípica nesse mundo. As fotos no O berço da desigualdade só são especiais em relação a teorias de aprendizagem de educação matemática, mas não especiais em relação as condições das crianças ao redor do mundo. É importante lembrar isso enquanto analisamos teoricamente as práticas na sala de aula.

Referência

Salgado, S. e Buarque, C. (2005). O Berço da Desigualdade. São Paulo: Editora UNESCO no Brasil.

Novo Livro em Educação Matemática Crítica